Palavras pretendem dissipar o caos que frequentemente toma conta da gente. É preciso por vezes dispensar palavras e tocar o mais profundo, a pele. É dela tudo que a memória pode alcançar e que a língua tenta incansavelmente traduzir. Eu gostaria de comunicação "poro" e falando o "poronês"poder trocar de sentido com o outro que desesperadamente busca um pouco de compreensão. Eu sinto medo e a cada um que verbalizo medo, meu medo já se transformou na ideia de medo que cada um tem. E assim se alarga, se encolhe, vira pânico, vira medo de fantasmas, de baratas, de tsunamis, de doenças, de sair sem maquiagem. Os medos adultos são mais complexos, guardam em si a vergonha da fraqueza, mas eu penso que sentir medo é pra quem sabe ser forte. O amor é o maestro do medo, então queremos a vida para viver nossos amores, sem eles o existir seria de plástico, sem cheiro, sem cor, sem som de risadas conhecidas e vozes que fazem a gente ser atemporal. Sem eles não haveria para quê voltar, a gente sempre volta por amor.