terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ar raro efeito



Momento de abalos, estalos, espelhos estilhaçando diretamente carótidas que já não carregavam mais oxigênio no sangue, como um desfibrilador a buscar a vida. 
O oxigênio é a arte que mora dentro da gente, a parte impensável até que se fique sem ele por alguns segundos. 
Tão certos de sermos sólidos e tão ossos, somos líquidos e ares, e como nos falta ar... Armas, árvores, artesanias, arritmias.
 Tempo de secura de embalos, pois não há sonhos que  residam só nos dias. 
É preciso deitar e dormir com eles, e poder reconhecê-los ao acordar, mas só desperta aquele que dormiu, que se rendeu, carne e mente, ao instante de não existir.

Márcia Batista 

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